Para ele, Guardiola não era um treinador, era um filósofo. Ibrahimovic, um craque por definição, tornou-se, nas últimas épocas, um problema por natureza. A diferença pode ser explicada por uma fórmula matemática. Estranho? Nem por isso. É que em muitos destes casos, quando existe no grupo um jogador de valor indiscutível mas problemático (na táctica e no carácter), penso muitas vezes que a solução está em perceber se a equipa é «10+1» ou «1+10». Ou seja, qual é o seu princípio de construção. Se o treinador continuar a deixar ser o «1» (o tal craque problemático) o princípio da equipa, todo o seu processo de construção (jogo e perfil) está invertido.
Ibrahimovic é o tipo de jogador que gosta de se sobrepor à equipa ao ponto dela ser «1+10». Cabe ao treinador inverter a fórmula. Porque os maiores craques percebem a lógica dessa sua existência mais luminosa dentro da equipa, o tal «10+1». Permanece a individualidade que se destaca, mas sem nunca sufocar a equipa (grupo e jogo). O Milan com Ibra será «10+1» ou «1+10»?
Retirado de artigo de opinião de Luís Freitas Lobo publicado, em 16/09/2009, no sítio "Planeta do Futebol"