sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Mais uma notícia sobre o GDAS no Jornal online PRIMEIRA MÃO

Atentos ao que se vai escrevendo sobre nós, sugerimos que acedam ao "link" abaixo para visualizarem a notícia, ontem, editada no Jornal online Primeira Mão sobre o Grupo Desportivo Águas Santas.
Como aperitivo dizemo-vos que o nosso Presidente João Paulo Martins, entre outros temas, aborda o percurso da nossa equipa de seniores...  

sábado, 25 de dezembro de 2010

Análise da semana

"Trinco"ou Pivot defensivo! Um olhar por dentro do campo...Como é que as características de um jogador na mesma posição no campo revelam a ideia de jogo do treinador?

 
Fiz quase toda a minha carreira futebolística como defesa central! Esporadicamente joguei como defesa direito e fiz metade de uma época como “trinco”.

Pelo facto de experimentar esta posição tenho uma ideia muito clara sobre as dificuldades que sente um defesa central a desempenhar essa função! Sente-se cómodo no processo defensivo. Tal como na sua posição de base, está na maioria do tempo de frente para o jogo, podendo assim ter uma visão global, que lhe permite estabelecer com facilidade relação defensiva com os seus colegas do meio campo e ataque. O seu habitat é também no corredor central, percebendo por isso a importância que a ocupação deste espaço tem, para que não surjam adversários neste local, especialmente com bola controlada e de frente para os defesas centrais (não pode abandonar este espaço sem ter quem faça essa compensação espacial)

No processo ofensivo, posiciona-se à frente dos defesas centrais e numa linha mais baixa relativamente aos outros médios. Por não ter hábitos relativos ao desempenho desta função táctica (posição), tem dificuldades em fazer recepções da bola orientadas para a baliza adversária e como tem também constrangimentos na recepção com adversários nas suas costas, a tendência é jogar muito perto da linha defensiva para que receba a bola sem qualquer tipo de pressão e de frente para o jogo. Procura jogar simples, a um ou dois toques, entregando a construção do jogo aos outros médios, ou escolhe a linha de passe mais fácil, para os defesas laterais ou centrais. No fundo está mais preocupado com o momento da perda da bola e com os equilíbrios do que com a construção do jogo.

Esta última ideia marca toda a diferença! O pivot defensivo pode-se caracterizar por ser um construtor de jogo! Para além disso, deve ser um jogador que se quer bem posicionado defensivamente, solidário e que faça os devidos equilíbrios e compensações espaciais.

Tenho a noção exacta que este tipo de escolha tem muito a ver com os jogadores que temos à nossa disposição e com os equilíbrios que pretendemos para a nossa equipa, mas também com a ideia de concepção de jogo do treinador. No entanto, interessa reflectir sobre a evolução do futebol, e esta é uma posição central numa determinada forma de ver e “sentir”o jogo! Há uns anos a presença de um “trinco” era vista como imprescindível, penso que esta escolha esteve sempre relacionada com a visão “física” do jogo! Alguém forte fisicamente que acima de tudo destruísse o jogo adversário e que assegurasse as compensações defensivas. No fundo mais um defesa, só que a jogar no meio campo.

Numa perspectiva mais evoluída de jogo vemos este jogador em equipas que são muito ofensivas, nas quais os seus defesas laterais são importantíssimos na dinâmica ofensiva, assumindo assim ( o "trinco") um papel de “equilibrador” do jogo. Numa perspectiva mais redutora, em equipas de menor nível, vemos este jogador como mais um para procurar destruir o jogo adversário, ou seja um “destruidor” de jogo.

Vão perceber porque comecei este artigo por expor as minhas dificuldades ao passar de defesa central para trinco! É que temos assistido a um fenómeno, na minha opinião evolutivo, de “transformação ” das características dos jogadores desta posição! É que na falta de jogadores com características de base para esta função, começam os médios de transição a desempenhar esta posição de pivot defensivo. Evidentemente que nem todos os médios de transição o podem fazer, até porque exige um conjunto de características específicas: sentido posicional, visão de jogo, solidariedade, facilidade de fazer recepções orientadas, capacidade de mudança de centro de jogo com passe curto e longo, entre outras.

Lembra-se das dificuldades sentidas pelo “trinco”? O pivot defensivo resolve-as com facilidade! Não se encosta à linha defensiva na construção porque está habituado a fazer recepções orientadas e a conviver com a pressão de adversários por perto! Desmarca-se para poder receber a bola ou larga o espaço para que outro colega a possa receber nesse local! Se tem espaço faz condução em segurança em direcção à baliza contrária para atrair adversários e assim abrir linhas de passe! Pelo hábito, joga mais para a frente, procurando linhas de passe nos extremos e avançados, para que os seus parceiros do meio campo possam receber a bola de frente vinda daquele, etc.

No fundo estamos a falar de dinâmica posicional, que é tanto maior, quanto melhores a capacidade e as características do jogador que ocupa esta posição. Pedro Mendes é um jogador que se enquadra naquilo que referimos atrás. Foi muito tempo médio de transição, neste momento é para mim, talvez o melhor pivot defensivo português. No último jogo da selecção Portuguesa muitos levantaram a questão: Pepe (trinco) ou Raul Meireles (pivot defensivo)? Nunca tive grandes duvidas na escolha de Paulo Bento para estes jogos, é que Paulo Bento foi… um verdadeiro pivot defensivo!

Por isso afirmo, diz-me com quem jogas a 6, digo-te como pensas o futebol…


Retirado de artigo publicado no sítio "coachcarvalhal.com", da autoria de Carlos Carvalhal.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Plano de Treinos de 13 a 17/12/2010

SENIORES: Vitória arrancada a "ferros" em Gondim

Assistimos, ontem, em Gondim a uma demonstração inequívoca de coesão e união do Grupo de Trabalho dos nossos Seniores. Contra uma arbitragem sem categoria e incompetente e um adversário valoroso a nossa equipa não vacilou, manteve-se unida, funcionou em bloco, cumpriu o plano de jogo e trouxe para Águas Santas uma vitória tão saborosa como justa.




Fotos de Fernando Branco
      

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

ANÁLISE DA SEMANA

E se o jogo tivesse duas bolas?

O mundo divide-se em cinco continentes e sete mares. O futebol tem uma divisão mais simples. Existem as equipas ditas normais, que jogam melhor ou pior, algumas jogam até muito bem e ganham muitos jogos, outras menos, mas com bons jogadores. E existe o Barcelona, vindo de uma galáxia distante com quem ninguém consegue estabelecer contacto. Rouba a bola durante a maior parte dos 90 minutos e faz dela o que quer. Fá-la girar de chuteira para chuteira (domínio do passe) e coloca-a no momento exacto nos sítios certos (domínio do jogo). Tudo isto é mais importante porque em campo, no jogo, só existe mesmo uma bola. Quando esta divisão futebolística se torna clara nos pés de Xavi, Iniesta, Villa, Messi (isto é, a corte dos “baixinhos loucos”) percebemos melhor o que significa a palavra “eternidade”.
 
Mas, por entre todo este cenário, continua a existir uma espécie de “duende insubmisso”. Mesmo quando subjugado por ele, não esbracejou, sacudiu a poeira do sobretudo, e foi-se embora, em silêncio, recordando que voltará mais tarde. Não duvido disso. Como também não duvido que, quando voltar, surgirá a jogar de forma diferente, com um antídoto táctico poderoso que, como já provou no passado, é capaz de meter, pura e simplesmente, qualquer jogo no “congelado”. É o legado de Mourinho. O seu Real não irá roubar o lugar na história ao “Barça tique-taque” de Guardiola, mas pode roubar-lhe o título. Como, recordou, lhe roubou a época passada a Champions, em pleno Nou Camp, sem precisar de ter a bola para isso.

É outra divisão (ou ameaça), terrena e conjuntural, que o futebol moderno provoca. As equipas já não acreditam em ideologias. Jogam conforme as suas circunstâncias e as exigências competitivas que as envolvem. Esta opção pode causar ilusões de óptica.
(...)
Porque, num clube, nada existe (com duração no tempo) sem sustentação ideológica.
 
Mourinho é, nesse sentido, mais um treinador de equipa do que de clube. É um “vencedor beduíno”. Chega, revoluciona, ganha e vai embora. Já repararam bem como ficam todas as equipas (jogadores e balneário) na época seguinte depois de Mourinho partir?

Este Barcelona vale muito mais do que os resultados que consegue. Vale, sobretudo, pela ideologia de jogo que transporta. Só equipas que atingem este nível (falar-se mais de como jogam do que dos resultados) consegue que daqui a 10, 20, 30 anos, continuemos a falar delas como referências (embora inatingíveis) a seguir. Um marco histórico da evolução futebolística. Por isso, este Barça é, ao mesmo tempo, exemplo e excepção.

P.S. Sobre o primeiro parágrafo: há quem acredite que se o jogo se disputasse com duas bolas, as duas também seriam do Barcelona.
 
Retirado de crónica de Luís Freitas Lobo, publicada no sítio Planeta do Futebol

IMAGEM DA SEMANA

GRANDE PENALIDADE OU... SALTO EM COMPRIMENTO?