Esta não é uma história recente, segundo as informações tem cerca de 25 anos, mas vale sempre a pena recordar estes casos de paixão pelo futebol.
O Panyee FC, uma equipa de uma pequena ilha no sul da Tailândia (Koh Panyee), teve inicio em 1986 e, desde logo se prognosticava uma vida curta, ninguém julgava possível fazer uma equipa nesta localidade sem espaço, as dimensões reduzidas da ilha não davam lugar a hipóteses, sequer. Apenas um povo obstinado como este conseguiu quebrar todas as barreiras naturais.
Quando estamos numa ilha e olhamos à volta à procura de espaço o que encontramos? Isso mesmo, água. Então s habitantes deitaram mãos à obra e construíram um campo de futebol, em cima do mar. Com madeira e outros objectos montaram uma plataforma que satisfez o que todos queriam: jogar futebol. Assim, nasceu aí a equipa.
A história é, agora, um filme, aproveitada por um banco para uma campanha publicitária. O realizador é o australiano Matt Devine. Também ele desconhecia o Panyee FC, mas deixou-se conquistar.
«A parte mais fascinante da história é a paixão que eles tinham pelo futebol. É uma obsessão. Mesmo não tendo onde jogar, eles amavam aquilo. Os membros originais da equipa, que têm cerca de 40 anos agora, ainda vivem na ilha. Muitos deles são treinadores da equipa actual. Foi com eles que trabalhámos. Foram eles que nos contaram a história. São pessoas muito inspiradoras. Estavam entusiasmados pela sua história tornar-se num filme e só queriam que fosse contada sem qualquer erro», explicou.
O filme, uma curta-metragem de cerca de cinco minutos, retrata a génese do Panyee FC, praticamente pela voz dos protagonistas. «Nenhuma das pessoas no filme é actor. Todos eram habitantes da vila, o que complicou as filmagens no início. O grande obstáculo foi a língua. Eles não falam inglês e foi uma barreira que só foi ultrapassada com o tempo», conta.
A história está longe de terminar aí. O palco improvisado permitiu apurar as qualidades natas de quem devorava futebol. A equipa viria a oficializar-se para participar num torneio jovem, fora da ilha. Caiu nas meias-finais. Caiu de pé. Aliás, o Panyee FC vai para sempre cair de pé. A participação no torneio chamou a atenção das autoridades locais que construíram um palco de luxo, também ele sobre o mar, mas sem madeira, pregos levantados e com rede em volta. Um luxo.
«No filme, como é óbvio, a história foi um pouco romantizada para que tivesse emoção e beleza. Mas tentámos que fosse o mais fiel possível. Disseram-nos que o campo que construímos era dez vezes melhor que o original. O que ainda torna tudo mais fascinante, quanto a mim», afirmou Matt Devine.
Algumas histórias paralelas ficaram de fora deste pequeno filme. Por exemplo, Matt conta que «A ilha não tem carros, porque não há estradas com condições para eles circularem. Quando queriam jogar futebol, alguns deles, que moravam na parte mais interior, vinham a correr até ao cais onde ficava o campo, jogavam um jogo e depois corriam de volta para casa. Ora, as casas ficavam a cerca de 15 quilómetros do cais...»
Hoje em dia vemos os nossos miúdos sem paixão pelas coisas, é normal, cada vez têm de fazer menos para as conquistar. Aqui está um belo exemplo que deveriam seguir…
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