quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

A competição na Formação

Qual é o papel da competição no crescimento dos jogadores?


A competição é fundamental para o crescimento dos jogadores e equipas. Em virtude disso, tem que existir competição o máximo de tempo possível para que possa ir muito para além do tempo dos jogos da competição “formal”. Tem que existir no treino! A competição é algo que está inerente aos jogos de oposição e que motiva os seus praticantes e treinadores na arte de desenvolvimento das capacidades de jogo. Assim, para se tornar mais apto para competir, nada melhor do que competir!

No entanto, a competição é muito importante não só pela motivação em superar as dificuldades, em atingir um objectivo (o do jogo) mas também pela necessidade de haver resposta na prática, na feitura do contexto. No treino e nos processos existe uma lógica (mais ou menos presente e mais ou menos acentuada) que resulta de quem modela o processo (treinadores e jogadores) e que faz com que haja uma lógica de problemas que se acentuam com o decorrer do tempo. Existe uma identificação mais forte e presente com a continuidade dos intervenientes. Assim o é em todos os processos (espontâneos, construídos ou modelados). Logo, quando se compete contra outras equipas, encontramos problemas diferentes dos que praticamos. Esta variabilidade e desafio aguçam o apetite aos melhores. Daí que a emotividade seja mais presente nos jogadores e equipas, acompanhado na maioria das vezes pela assistência que se manifestam no decorrer do jogo. Tudo isto torna a competição diferente que permitem vivências e aquisições dos jogadores/equipas diferentes e muito importantes para o sucesso desportivo dos mesmos.

Para além destas particularidades existe uma outra que não é menos importante: o poder de intervenção do treinador. Na competição, o treinador encontra-se muito mais «limitado» na sua intervenção sobre o que acontece, que se restringe aos tempos antes dos jogos, ao intervalo e no final. No decorrer do jogo não pode parar a situação, muitas das situações não pode controlar e também ele se encontra nas circunstâncias que envolvem o jogo como o público, o árbitro e adversário, tal qual acontece com a sua equipa. A sua intervenção acontece com feedback durante o jogo mas sobretudo com as substituições que faz. Daí que a sua capacidade para modelar o contexto seja muito mais reduzida do que no treino. Deste modo, os jogadores e equipa têm que ser “autónomos” para jogar. A grande virtude da competição passa por isso porque revela mais espontaneamente aquilo que é o processo (considerando as características do adversário).

Retirado de artigo de opinião da Prof.ª Marisa Gomes (Coordenatora Técnica do FC Foz), publicado no sítio zerozero

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